sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Confira a entrevista que Xanddy concedeu ao Correio24horas


Xanddy, o comandante do Harmonia do Samba, chega à sala de reuniões da redação do CORREIO e abre um sorriso para Cintia Teles e Louise Lantiê, as leitoras escolhidas para conhecê-lo. O papo rola solto. De repente, ele recebe uma ligação de sua esposa, Carla Perez: "Oi amor, tudo bem? Tô no meio da entrevista!".

Durante uma hora, o bem-humorado Xanddy respondeu às (muitas) perguntas enviadas ao Correio24horas. E neste "Leitor entrevista", o vocalista fala sobre os dez anos do Harmonia e a relação com os músicos, a família, os limites da sensualidade, a superexposição e a polêmica em torno das letras de pagode que denigrem a imagem da mulher.

Aos 31 anos de idade, o cantor vive um momento mágico na vida profissional. Junto com a sua banda, ele acaba de gravar o terceiro DVD de carreira, com a certeza de que fez bonito em Manaus, local escolhido para a gravação: "Nosso DVD foi lindo e ousado. Quero que cada 'baianinho' se sinta parte integrante desse ato de ousadia", comemora.

O Harmonia do Samba já se prepara para uma temporada de ensaios em Salvador - "A Melhor Segunda-Feira do Mundo" acontece a partir de 3 de janeiro, no Wet'n Wild. Xanddy já adianta alguns convidados: Durval (Asa de Águia), Jau e É o Tchan. O projeto continua como nos anos anteriores e o vocalista explica: "Em time que está ganhando não se mexe, né?".

CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA!


As leitoras Cintia Teles e Louise Lantiê foram as escolhidas para conhecer Xanddy

Ouvi dizer que no início do Harmonia houve uma espécie de cooperativa para que cada músico comprasse sua casa. Essa história é verdadeira? Fale com pouco sobre isso.
Xanddy - Logo quando começamos a ganhar uma graninha com os nossos shows, nenhum de nós tinha casa própria, e resolvemos garantir isso. Decidimos que cada mês um integrante da banda seria contemplado com uma casa, até que todos tivessem seu teto. Não me lembro de quem foi a ideia, mas foi algo bem marcante da nossa carreira. E até hoje somos assim, muito preocupados uns com os outros, quando achamos que alguém está direcionando mal seu dinheiro, ou qualquer outra coisa, chamamos para uma conversa, damos um puxão de orelha, e tentamos fazê-lo enxergar que ele não está indo pelo caminho certo. E eu não fico fora disso não, vu? Quando eles acham que estou fazendo algo que não é legal, me chamam e dão bronca mesmo. É uma relação muito intima e de união, uma verdadeira família.

Qual a principal diferença entre o Xanddy de 1999 (quando o Harmonia foi lançado) para o de hoje além é claro do aperfeiçoamento e crescimento musical?
Eu acho que rolou um amadurecimento em todos os sentidos. Hoje, nós temos uma consciência maior daquilo que a gente quer e do que somos. O Harmonia do Samba é como uma crianças, que foi crescendo e hoje tem 10 anos, um pouco mais madura. E durante esses 10 anos, deu tempo de conhecer a fundo e entender o que de fato os nossos fãs gostam e o que realmente é a nossa identidade.

O que te levou a optar por formar uma família e não deixar o "estrelismo" subir a cabeça, seguindo carreira solo?
Eu acho que tudo se resume em princípios. Desde criança, eu sempre entendi que a gente tinha que seguir o caminho do bem. E já adulto, sempre procurei não me desviar disso. A família simplesmente aconteceu - casei com Carla, tive filhos, mas tudo com muita responsabilidade e sabendo dividir com o lado profissional. Hoje sou o homem mais feliz do mundo, tenho uma esposa maravilhosa, filhos, e uma família solidificada.

Quanto à questão de não ter deixado subir para cabeça, eu diria que ter conhecido a minha esposa foi muito importante nesse sentido, porque na época que eu a conheci ela era ‘a Carla Perez’, e eu era ‘o Xanddy’, que estava começando. Daí pela sua simplicidade, eu tomei aquilo como exemplo. Mas quanto ao Harmonia, eu sempre deixei bem claro que eu sairia da banda se entre nós (músicos) houvesse algum conflito bem grande, e isso nunca ocorreu. Somos irmãos e temos um carinho muito grande um pelo outro.


Para o líder do Harmonia do Samba, a gravação do 3º DVD da banda foi um sucesso

Como você faz pra saber o limite entre a sensualidade e o respeito com o público?
Quem faz a coisa virar sensualidade, ou não, é quem assiste, porque no meu coração nada do que eu faço é sensual, e nada com essa intenção. O que eu gosto mesmo é de cantar, mas a dança é uma conseqüência, uma coisa completa a outra. Mas imagine eu cantando pagode e todo paradão lá no pedestal? Ia ser uma coisa ridícula, né? (risos)

Quais são as vantagens e desvantagens de ser um artista nacionalmente conhecido? A superexposição lhe incomoda?
O lado bom é que eu vivo uma fase muito tranqüila, consigo ir a lugares que nunca iria se não estivesse no Harmonia, me divertir muito mais. O lado não muito bom é o fato da superexposição mesmo. Eu quero andar, ir numa feira, e não posso. Mas tudo é consolado com muito carinho dos nossos fãs. A superexposição me incomoda quando mexem na parte intima dos meus filhos

Como você vê atualmente o pagode baiano, já que as letras denigrem cada vez mais a imagem da mulher?
Acho que é uma tendência, mas as pessoas precisam entender que existe uma liberdade de expressão. Eu penso que se determinada música incomoda uma pessoa, é só aquela pessoa não ouvir. O que me incomoda mesmo são as crianças, que hoje em dia passaram a ter mais acesso a tudo por conta da globalização. Mas ai cabe aos pais decidiram que seus filhos devem ou não escutar aquela música. Cada banda tem sua história e sabe o que quer, né?

O que você pode adiantar sobre o novo DVD. O que ele tem de diferente dos outros álbuns?
O primeiro DVD retratou um pouco da história do Harmonia até aquele ponto, com os hits de sucesso (“Vem Neném” e Agachadinho”). O segundo foi tratado como um projeto especial, todo romântico, e feito para os fãs que pediram um trabalho mais diferente, bem na contramão do primeiro. Já o terceiro, tem um repertório totalmente diferente, porque têm músicas muito novas e muitas Medleys (Pout-Pourri). Eu acho que o público vai amar, uma vez que esse trabalho foi feito com muito carinho. A estrutura foi bem maior, a parte cenográfica ficou linda, é um show que o público merece ter em casa.

Por que o Harmonia do Samba escolheu a cidade de Manaus para gravar o novo DVD? De quem foi a ideia de convidar Léo Santana e Marcio Victor?
Manaus foi uma coisa ‘pré-pronta’, porque a gente já pensava em gravar o DVD no Samba Manaus, que é uma festa tradicional na cidade. Como já ia rolar algo especial, pensamos em acrescentar mais um dia de festa, que eram dois, e fazer nesse terceiro dia. A ideia de fazer no Samba Manaus se deu também por conta da arquitetura do local, que é muito bacana, sem contar no forte público que temos por lá. Mas a Bahia estava muito bem representada. Nosso DVD foi ousado e eu quero que cada ‘baianinho’ se sinta parte integrante desse ato de ousadia (risos)

A ideia de convidar Marcio Victor e Léo Santana surgiu através da música que gravamos e pelo fato de querermos ter representantes do pagode no nosso álbum. A gente pensou em fazer algo especial para contemplar o povo que gosta do pagode e também por causa da nossa relação, que é muito boa.


'Nada do que eu faço é sensual', diz Xanddy sobre os limites da sensualidade nos palcos

Diante de tantas músicas boas, qual será a próximo hit de trabalho da banda?
A nossa música de trabalho se chama “Selo de Qualidade”, do nosso amigo Duller, que é fã do Harmonia do Samba e um ótimo compositor. A música é a nossa aposta para esse ano. É a nossa cara e galera que ouviu tem curtido muito. Queremos levar colocar esse "selo" em todos os nossos projetos, como o DVD que está para ser lançado em janeiro, os nossos ensaios de verão, e o nosso carnaval.

Quando irão começar os ensaios do Harmonia e onde serão? Há alguma confirmação de convidados para os shows?
Em time que está ganhando não se mexe! (risos). Nossos ensaios irão acontecer novamente no Wet'n Wild, no dia 3 de janeiro. A novidade é que serão oito shows no próximo ano, vai ser uma delicia. Já começamos a fazer os convites, o primeiro deles foi para Durval (Asa de Águia), que confirmou, Jau, É o Tchan, e muito mais vem aí.

E o Carnaval do grupo, como será? O que o público pode esperar do Harmonia para a folia momesca? Irão puxar quais blocos?
Vamos fazer domingo, segundo e terça-feira no nosso bloco, o "Meu e Seu", na Barra Ondina. Sábado, nas Muquiranas. A gente também está estudando para fazer alguma coisa na quinta e sexta, o que vai ser um grande diferencial, porque o povo está acostumado com o Harmonia durante quatro dias no Carnaval.

Fonte: Correio24horas

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